Timoneiro
P. Da Viola – H. Bello De Carvalho
Timoneiro
P. Da Viola – H. Bello De Carvalho
Não sou eu quem me navega,
quem me navega é o mar.
Não sou eu quem me navega,
quem me navega é o mar.
É ele quem me carrega
como nem fosse levar.
É ele quem me carrega
como nem fosse levar.
E quanto mais remo mais rezo
pra nunca mais se acabar
essa viagem que faz
o mar em torno do mar.
Meu velho um dia falou,
com seu jeito de avisar:
«Olha, o mar não tem cabelos
Que a gente possa agarrar».
Não sou eu quem me navega,
quem me navega é o mar.
Não sou eu quem me navega,
quem me navega é o mar.
É ele quem me carrega
como nem fosse levar.
É ele quem me carrega
como nem fosse levar.
Timoneiro nunca fui,
que eu não sou de velejar:
o leme da minha vida
Deus é quem faz governar.
E quando alguém me pergunta
como se faz pra nadar,
explico que eu não navego,
quem me navega é o mar.
Não sou eu quem me navega,
quem me navega é o mar.
Não sou eu quem me navega,
quem me navega é o mar.
É ele quem me carrega
como nem fosse levar.
É ele quem me carrega
como nem fosse levar.
A rede do meu destino
parece a de um pescador:
quando retorna vazia
vem carregada de dor.
Vivo num redemoinho,
Deus bem sabe o que ele faz.
A onda que me carrega
Ela mesma é quem me traz.
Não sou eu quem me navega,
quem me navega é o mar.
Não sou eu quem me navega,
quem me navega é o mar.
É ele quem me carrega
como nem fosse levar.
É ele quem me carrega
como nem fosse levar.
Non sono io che mi guido, ma è il mare che mi guida, è lui che mi porta senza che io lo percepisca.
E quanto più remo, tanto più prego affinché non finisca mai questo viaggio che fa il mare intorno al mare. Mio padre un giorno me lo disse, con quel modo tutto suo di ammonire: «Ricordati che il mare non si può prendere per i capelli».
Non sono mai stato timoniere, perché non so veleggiare: il timone della mia vita è Dio che lo governa. E quando qualcuno mi domanda come si fa a nuotare, spiego che non sono io che mi guido, ma è il mare che mi guida.
La rete del mio destino sembra quella di un pescatore, che quando torna vuota arriva carica di dolore. Vivo in un vortice, Dio sa bene quel che fa. L’onda che mi porta via è la stessa che mi riporta.